A gravidez pode esperar.
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A adolescência representa uma fase de descobertas, mudanças e expansão da vida social da mulher. Porém, muitas jovens acabam engravidando, e não apenas interrompem essa etapa como assumem uma grande responsabilidade, para a qual nem sempre estão preparadas.
A ginecologista Cristina Guazzelli, professora adjunta do Departamento de Obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), declara que a melhor forma de se evitar a gravidez não planejada é por meio da informação.
Para a Dra. Cristina, não existe uma idade estipulada para se iniciar o processo de orientação sexual. Isso é feito naturalmente, desde quando a pessoa nasce, e as questões devem ser esclarecidas assim que as primeiras dúvidas aparecerem.
“Além da família, são importantes as informações de campanhas públicas. A escola também tem uma atuação fundamental, pois faz a garota parar e pensar que a vida sexual está ligada ao lado reprodutivo”, acrescenta.
Segundo a especialista, a gravidez na adolescência não oferece risco extra caso a jovem faça um pré-natal adequado e tenha acompanhamento médico. “Nessas condições, as chances de ter problemas são semelhantes às de uma paciente adulta jovem. Mas no caso de a menina ter menos de 15 anos, os riscos são um pouco maiores.”
O principal problema que a gravidez pode trazer para a adolescente é o impedimento de evolução social, cultural e profissional por conta dos cuidados que o bebê vai demandar.
“No atendimento pré-natal de adolescentes da Unifesp, nós observamos que apenas 50% das meninas que dão entrada no setor ficam com o filho. Uma parte o deixa com a mãe, e a mortalidade infantil também é maior nessas meninas”, diz a Dra. Cristina.
“Algumas vezes o bebê tem um problema, mas a mãe demora para perceber as alterações. Então, quando procura um médico, pode ser tarde”, acrescenta.
Por esses motivos, a ginecologista recomenda que a jovem tenha um acompanhamento psicológico durante a gestação, de modo que aprenda a lidar com as mudanças que ocorrerão em seu corpo e se prepare melhor para a chegada do bebê.
“A mulher tem três momentos de crises e dificuldades emocionais durante a vida: a adolescência, a gravidez e o climatério. Quando uma jovem engravida, ela passa por dois deles ao mesmo tempo. Por isso precisa de apoio”, comenta.
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